O deputado estadual Pedro Kemp (PT) denunciou hoje (11), na sessão ordinária da Assembleia Legislativa, o risco dos rios de Mato Grosso do Sul desaparecerem. “Ou nós tomamos algumas medidas urgentes, ou, daqui a pouco nós teremos problemas irrecuperáveis, situações no nosso meio ambiente, neste Estado, do Pantanal, que é rico em rios, matas, biomas. Nós vamos ter problemas irrecuperáveis daqui pra frente. Rios que vão desaparecer, nascentes que vão sumir e matas, florestas que simplesmente serão devastadas dando lugar à monocultura da soja, do milho. Nós temos que fazer alguma coisa, inclusive acionando o Ministério Público do Meio Ambiente, como hoje nossa bancada fez através do nosso líder deputado Zeca do PT, que apresentou documento para que tome providência sobre a situação dos rios em Bonito, onde já foram encontrados quatro tipos de agrotóxicos nas águas”.
O parlamentar apresentou as fotos reproduzidas pelos profissionais da imprensa sobre a morte dos mananciais no Estado. Imagens dos rios Miranda e Taquari foram apresentados com dados sobre o volume das bacias hidrográficas. Elas têm diminuído e nos últimos anos estão abaixo da média histórica.
“Em 2024, os focos de incêndio aumentaram em 900%. As imagens mostram a agonia dos rios. A seca histórica, as queimadas, a degradação das matas ciliares e o uso inadequado do solo estão reduzindo os níveis de água nos rios. Para humanidade, os resultados estão sendo devastadores. Devemos criar consciência ambiental e alertar as autoridades que os recursos naturais não são inesgotáveis. Precisamos, como representantes da população e legisladores, proteger o meio ambiente”, disse Kemp.
De acordo com os dados apresentados pelo parlamentar, em 2023 em relação ao ano de 1985, a redução foi de 6,3 milhões de hectares, uma queda de 30,8% – se comparada à superfície do território brasileiro coberta por água ano passado.
No Pantanal, a superfície de água em 2023 chegou a 382 mil hectares, 61% abaixo da média histórica. No ano passado, apenas 2,6% do bioma estavam cobertos de água. Na região de Corumbá, o Rio Paraguai marcou -33 centímetros em relação ao zero, o menor registro desde setembro de 1971, quando atingiu -51 centímetros.
0 comentários