Movimentos ligados ao campo acreditam que ‘boom’ da produção de álcool inviabilizará luta pela reforma agrária.

A CPT (Comissão Pastoral da Terra) e os movimentos sociais ligados ao campo fazem nesta quarta-feira, dia 27, no auditório da FETEMS debate sobre a produção de combustíveis alternativos e a agricultura familiar. A discussão deve reunir lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da FAF (Federação da Agricultura Familiar), da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar), da CNBB, do Movimento de Mulheres Camponesas, indígenas e representantes de universidades do Estado. O encontro terá como palestrante o ex-deputado estadual pelo PT/RS, Frei Sérgio Görgen, militante dos movimentos organizados desde a década de 80 e apoiador da luta pela reforma agrária.

Em todo o país, a Comissão Pastoral da Terra vem mobilizando a sociedade para o debate sobre a produção dos combustíveis alternativos. “Estamos debatendo e combatendo a produção de monoculturas”, afirma um dos coordenadores da CPT, Roberto Carlos Oliveira, lembrando que Mato Grosso do Sul vive fase de euforia econômica com a instalação de novas usinas de álcool. Oliveira revela ainda a preocupação da CPT com a expansão do etanol em território Sul-mato-grossense. Para o movimento, a produção de cana poderá inviabilizar a luta pela reforma agrária, além de retardar ainda mais a demarcação dos territórios indígenas. “Toda terra que hoje é considerada improdutiva poderá ser ocupada pela cana-de-açúcar, inviabilizando nossa luta pela distribuição de terras”, enfatizou.

O coordenador lembra ainda que a CPT não é contra a produção do etanol, mas defende um modelo que privilegie os pequenos produtores, voltada para auto-sustentação das propriedades rurais. A discussão ocorre nesta quarta-feira a partir das 13h30 no prédio da FETEMS e deve ser estender até as 17h00.

Local: Fetems – R-26 de Agosto 2296 Bairro Amambai

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