Durante a audiência pública “MS pelo Trabalho Digno”, de autoria do deputado Pedro Kemp, trabalhadores presentes ao debate relataram situações degradantes com as quais exerciam atividades no mercado de trabalho. O indígena e professor Izaque de Souza relatou que começou a trabalhar no corte de cana-de-açúcar aos 12 anos de idade e que teve, por conta disso, sérios problemas de saúde. “O meu vigor foi jogado no meio daquelas cinzas”, enfatizou. “Hoje sabemos que há nos canaviais garotos com 16 e 17 anos trabalhando”, conta.
Cacique na terra indígena Mãe Terra, Zacarias, relata o desespero das famílias indígenas que aguardam meses o retorno daqueles que optaram pelo trabalho nos canaviais. “É uma tristeza para família ficar esperando o pai voltar”, diz, lembrando da necessidade da demarcação das terras indígenas em Mato Grosso do Sul.
Já o presidente do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas, Mineração, Madeira e Carvão Vegetal em Geral de Mato Grosso do Sul, Marcos Vinícius, revelou caso recente em que uma família trabalhou durante três anos em uma carvoaria em Ribas do Rio Pardo sem receber salário ou qualquer outro direito trabalhista. “Eles procuraram nossa ajuda e choraram ao dizer que os proprietários da carvoaria tiraram deles a dignidade”, lembra.
Participaram da mesa de discussões na audiência pública, o procurador do MPT (Ministério Público do Trabalho), Cícero Rufino, a Superintendente da SRT (Superintendência Regional do Trabalho), Marlene Nogueira, o representante da CPT (Comissão Pastoral da Terra), Mieceslau Kudlavicz, a militante da Marcha Mundial de Mulheres, Sonia Coelho, e a prefeita de Itaquiraí, Sandra Cassone, além de autor da audiência, deputado Pedro Kemp (PT).
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