O deputado estadual Pedro Kemp (PT) ocupou a tribuna na sessão desta terça-feira (10) para cobrar prioridade dos governos municipais, estadual e federal para a saúde de Mato Grosso do Sul. Relatório apresentado pelo parlamentar e elaborado pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) aponta, com base em vistorias feitas nos três maiores hospitais de Campo Grande (Hospital Universitário, Hospital Regional e Santa Casa), que a situação da saúde e o atendimento médico, principalmente de urgência, têm sido precarizado nos últimos cinco anos. “Há falta de materiais de consumo e de vagas nos Centros de Tratamento Intensivo (CTIs) – o que resulta na superlotação do pronto socorro e do pronto atendimento”, revela o documento.
Diante da constatação do Conselho que há falta de materiais indispensáveis ao atendimento como máscara, gazes, luvas e eletrodos nos hospitais de Campo Grande, Kemp cobrou que os governos busquem a melhoria no atendimento com urgência, já que a população tem sido penalizada com a falta de atendimento adequado. “Hoje se uma pessoa sofre um acidente grave corre o risco de ficar sem atendimento, ou seja, corre o risco de morte”, enfatizou.
O parlamentar lamentou a insistência dos governos em aplicar os recursos em obras e não na melhoria do serviço em saúde. “A saúde não tem sido priorizada. A prioridade é reformar, asfaltar, fazer praça bonita que garantem voto em período de eleição”, diz.
Governo
O deputado Youssif Domingos (PMDB) líder do governo explicou que a prefeitura de Campo Grande e o governo do Estado têm aplicado percentual maior em saúde a cada ano, já ultrapassando o que é previsto na legislação. “O prefeito Nelsinho já aplica 27% do que é arrecadado em saúde. Quando Puccinelli era prefeito esse percentual também já era superior, chegando a 22% e 23%”, esclarece.
Kemp frisou que sobre esses percentuais já estão inclusos a pintura e reforma dos prédios, mas a melhoria efetiva na saúde, no entanto, tem sido deixada de lado. “Desses recursos, boa parte é investida nas reformas, mas quando se entra nesses prédios não tem médico, os equipamentos estão sucateados e há falta de materiais básicos para o atendimento”, explica.
O parlamentar lembrou ainda que a Santa Casa, que hoje é administrada pelo governo estadual, municipal e federal, também sofre com a suspensão de atendimento, uma vez que os médicos residentes do hospital paralisaram as atividades por tempo indeterminado desde segunda-feira (9). De acordo com os médicos, em três meses, a Santa casa deixou de fazer 1,2 mil procedimentos eletivos em cirurgia geral, urologia, cirurgia plástica, ginecologia e urologia.
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