Os deputados estaduais aprovaram, em primeira discussão, o projeto de lei 141/08, de autoria do deputado Pedro Kemp (PT) que prevê a distribuição gratuita na rede pública de saúde da vacina contra meningite bacteriana. A proposta foi aprovada por unanimidade na sessão desta terça-feira, 07, com a presença dos familiares dos meninos Linkon e Luís Gustavo. Os dois garotos, de 02 e 05 anos de idades, faleceram este ano em Campo Grande vítimas da meningite bacteriana.
Com a morte das duas crianças, as famílias iniciaram campanha de coleta de assinaturas, a fim de garantir a distribuição gratuita da medicação nos postos de saúde. A mobilização atingiu também o interior do Estado, resultando em um documento com mais de 20 mil assinaturas que foi entregue aos parlamentares na Assembléia Legislativa. Atualmente, as vacinas são oferecidas nas clínicas particulares ao custo que varia entre de R$ 133,00, para meningite meningocócica, e R$ 269,00, para meningite pneumocócica.
Ao defender a proposta, Kemp lembrou que o tratamento de uma criança com seqüelas da meningite bacteriana custa entre R$ 8 mil e R$ 10 mil. “Surgem mais de 1200 novos casos de meningite por ano e muitos seriam evitados com a vacinação.”, ponderou o parlamentar ao lembrar que 70% dos casos de meningite pneumocócica poderiam ser prevenidos com a vacinação. “Nós queremos, que uma vez receitada pelo médico, a vacina possa ser oferecida gratuitamente nas unidades de saúde”, disse.
A mãe do menino Linkon, Fernanda Soares, comemorou a aprovação do projeto em primeira discussão, lembrando que a vacina vai garantir que outras crianças possam ficar imunes a doença.
Caso seja aprovado em segunda discussão o projeto e sancionada a lei pelo executivo, Mato Grosso do Sul será o primeiro Estado do país a garantir na rede pública de saúde a vacinação contra a meningite bacteriana. Em Minas Gerais, o instituto Pedro Arthur já coletou mais 900 mil assinaturas em um abaixo-assinado pela implantação das vacinas no calendário nacional. Pedro Arthur foi vítima da meningite bacteriana com um ano e meio de idade. Por conta da doença, o garoto teve seqüelas ficando tetraplégico e dependente de um respirador artificial.
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