O deputado estadual Pedro Kemp (PT) ocupou a tribuna na sessão desta terça-feira, 11, para reafirmar apoio ao movimento dos trabalhadores rurais sem-terra, que ocupam desde a semana passada a sede do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Campo Grande. Os manifestantes cobram celeridade nos processos de assentamento no Estado, já que este ano nenhuma família foi contemplada em Mato Grosso do Sul, quando a previsão do INCRA era assentar pelo menos 4.360 famílias.
Os trabalhadores relatam ainda descaso do órgão com os inúmeros problemas existentes na condução do processo de Reforma Agrária no Estado. “Tem área adquirida, tem família cadastrada, mas não há o parcelamento das terras”, enfatizou Kemp. Na manhã de hoje, pelo menos 200 trabalhadores rurais sem terra estiveram na Assembléia Legislativa pedindo apoio dos deputados.
O deputado Pedro Kemp, que esteve durante o fim de semana e todo o dia de ontem em negociação com os trabalhadores rurais, a fim de cumprir decisão judicial de desocupação da sede do INCRA, disse hoje que as reivindicações do movimento são justas e lamentou a falta de apoio do governo para alojar as famílias. Um dos impasses para desocupar a sede do Instituto era a falta de local para o deslocamento das manifestantes, que querem permanecer em Campo Grande até chegada do representante do INCRA a Mato Grosso do Sul, marcada para amanhã.
Durante o discurso, Kemp ressaltou que o protesto não está sendo feito por baderneiros ou invasores, mas se trata de um movimento que usa de uma estratégia para ter suas reivindicações atendidas. O parlamentar reconheceu também que a Reforma Agrária no Brasil está com problemas e possui inúmeras deficiências. “Nós que fazemos parte da base do governo federal temos que nos somar aos trabalhadores”, disse.
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