A suspensão das cirurgias eletivas na Santa Casa de Campo Grande já dura 4 meses e diante do clima de indefinição sobre a administração da instituição há o risco de interrupção do fornecimento de medicamentos por empresas que contratam com a entidade beneficente. A denúncia foi feita na manhã desta quinta-feira, dia 21, pelo deputado Pedro Kemp (PT) que recebeu dos médicos residentes da Santa Casa uma pauta de reivindicação, além de um panorama da situação encontrada dentro do maior hospital de Mato Grosso do Sul.
De acordo com Kemp, desde janeiro há suspensão das cirurgias eletivas e do atendimento ambulatorial na Santa Casa. Os procedimentos médicos no hospital também esbarram, conforme o parlamentar, em problemas como déficit no número UTIs, panes em máquinas de esterilização, falta de estrutura mínima para a realização de cirurgias, além da superlotação.
Em volto a uma disputa judicial entre o poder público, que desde 2004 mantém intervenção na entidade, e a sociedade beneficente, fundadora da Santa Casa, o hospital pode ter também suspenso o fornecimento de produtos, já que há incertezas quanto ao comando da instituição. “Os fornecedores da Santa Casa estão querendo suspender o fornecimento, pois não sabem quem vai responder pela administração do hospital nos próximos meses”, explicou Kemp ao utilizar a tribuna. Isso porque, decisão recente da Justiça Estadual devolveu o comando da Santa Casa a sociedade beneficente, no entanto, o MPE (Ministério Público Estadual) já recorreu da decisão e a discussão promete se estender na justiça.
O parlamentar defende, no entanto, a reivindicação dos médicos e médicos residentes, que preocupados com a situação do hospital, mantém a paralisação. “Os médicos residentes, que estão no hospital para concluir sua especialização não têm como fazer isso, diante do hospital nessas condições. As reivindicações são justíssimas”, enfatizou. Pedro Kemp cobrou do poder público uma solução já que a população tem sido a mais afetada com a suspensão dos serviços oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “Mais uma vez a gente pede a prioridade do estado e da prefeitura para saúde, pois o objetivo, por enquanto, tem sido as obras, o asfalto e muito pouco a população e os serviços essenciais para atendê-la”, finalizou.
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