O Cetrap (Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Mato Grosso do Sul) recebe denúncias pelos telefones 3384 0710 e 0800 647 1322
No Dia Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas – 18 de outubro -, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) fez um alerta sobre o crime e ressaltou a importância de Mato Grosso do Sul contar com o Cetrap (Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Mato Grosso do Sul), pois as denúncias podem ser feitas por meio dos telefones 3384 0710 e 0800 647 1322. O problema, segundo o parlamentar, tem alcance maior do que tem sido propagado e as pessoas precisam estar atentas para denunciar e se protegerem, pois através de promessas falsas de uma vida melhor, mulheres e meninas, em sua maioria, acabam vítimas de uma rede semelhante a escravidão no comércio sexual. E ainda, o tráfico de órgão também tem sido uma triste realidade e o Estado de Mato Grosso do Sul aparece como o terceiro do País em tráfico de seres humanos. Bahia amarga a primeira colocação seguido de Pernambuco.
Foi o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) que em 2006 decidiu colocar o Brasil como país com políticas públicas para enfrentar o problemas, afirma Kemp. “Em outubro de 2006, o presidente Lula promulgou a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e há dez anos temos o Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Mato Grosso do Sul”.
A ASBRAD (Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude) e a Secretaria Nacional de Justiça têm ações de prevenção. Uma delas o Posto de Atendimento Humanizado aos Migrantes dentro do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Crime em números
De acordo com dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, 2,4 milhões de pessoas são traficadas todos os anos para o exercício de trabalho forçado. A exploração sexual representa quase 80% dos casos detectados – seguido do trabalho escravo e do comércio ilegal de órgãos. De cada cinco vítimas, quatro são mulheres ou meninas e metade das vítimas são menores de idade. O crime estimado, conforme Kemp com base nos levantamentos das Nações Unidas, é de US$ 32 bilhões por ano. “Muitas pessoas ainda não se dão conta deste problema. Temos levantamentos do Ministério da Justiça e da ONU, que tem estudado esse fenômeno, que o tráfico de pessoas é a terceira atividade que mais movimenta dinheiro ilegal depois do tráfico de drogas e armas.. Temos que alertar a sociedade porque muitas vezes as pessoas são iludidas e não conseguem voltar”.
Ele disse ainda que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) fez um levantamento baseado no Relatório Nacional sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para o Propósito de Exploração Sexual e mapeou 241 rotas de tráfico sendo 110 dentro do Brasil e o restante, internacionais. Os principais destinos no exterior são Europa (Espanha, Portugal, França e Itália) e Estados Unidos. A PF (Polícia Federal) estima que cerca de 70 mil brasileiros são traficados todos os anos, o que corresponde a 10% da movimentação de dinheiro no crime de tráfico de pessoas em todo o mundo.
Kemp abriu um parêntese ao dizer que em Mato Grosso do Sul o Cetrap registra uma outra faceta do crime quando meninas e mulheres são usadas no tráfico interno entre os municípios, sendo mercadorias em festivais de pesca no Pantanal e em Carnaval fora de época. “Muito importante que a sociedade esteja alerta e denuncie”.
Coordenadora do Cetrap: Marlene Ricardi: 9604 5231
0 comentários