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36 mulheres de MS participam de conferência no DF

jul 15, 2004 | Geral

Brasília (DF) – A delegação de Mato Grosso do Sul que participa, em Brasília, da I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres , aberta hoje de manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quer enriquecer o debate que se travará até sábado com propostas que contemplem todos os segmentos femininos do Estado.

Entre os temas, os principais estão voltados à busca de ações que garantam à mulher igualdade de condições na disputa de vagas no mercado de trabalho e equiparação salarial ao padrão masculino. “Esta é uma oportunidade histórica de indicar ao governo federal as linhas de uma política de igualdade”, afirma Ana Sena, coordenadora de Política para Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso do Sul.

No discurso que fez hoje de manhã, durante a abertura do evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu às cerca de três mil mulheres presentes no Clube do Exército que na definição da política nacional o governo vai respeitar as decisões que forem tomadas na conferência.

“A maior obra de um governo não é a quantidade de asfalto que se põe nas estradas, mas a relação que o Estado estabelece com a sociedade e a relação que a sociedade estabelece com o Estado”, disse o presidente, ressaltando o caráter inédito de consulta popular aberto por seu governo ao convocar conferências para debater as questões de fundo, garantidas depois numa política de governo calçada na legislação.

O presidente acha que o evento reflete as necessidades de mudanças e exortou as delegadas da conferência a ajudar seu governo a “reverter a dívida histórica que este País tem com as mulheres”. Ele lembrou que as grandes mudanças se deram pela mobilização e afirmou que há ainda muito o que se fazer no País para melhorar a condição da mulher na sociedade, citando as distorções no mercado de trabalho e a violência doméstica.

Disse que as conquistas dependem também de uma mudança na cultura da população. “Se dependesse da lógica dos homens, Joana Darc não teria vencido tantas vezes o exército inglês”, cutucou. A conferência, que termina no sábado, vai apontar os caminhos de uma política nacional voltada para a mulher. Um decreto, com as diretrizes básicas, foi assinado pelo presidente durante o evento.

A delegação de Mato Grosso do Sul é formada por 36 mulheres, que representam todos os segmentos femininos do Estado. “Trouxemos propostas e vamos atuar em todos os grupos de debate”, disse a coordenadora da delegação, Paula Terra. Segundo ela, outra preocupação do Estado é com as linhas que irão definir questões relacionadas a políticas para as mulheres indígenas, uma vez que Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do País.

O relatório retirado da conferência estadual abrange todos os aspectos da luta da mulher. Paula Terra acha que, entre as questões centrais do debate, estarão o enfrentamento à pobreza e à violência doméstica; a igualdade racial e étnica e a saúde da mulher.

“A função da conferência será a construção de uma política nacional que reflita em todos os estados, estimulando também a criação de organismos voltados à mulher”, diz Ana Senna. Segundo ela, Mato Grosso do Sul, por decisão do governador Zeca do PT, foi a primeira unidade da federação a criar uma coordenadoria especial de políticas públicas para a mulher.

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