Depois de o deputado estadual Pedro Kemp (PT) denunciar o problema da falta de máquinas para a recarga no cartões do transporte coletivo e registrar os depoimentos de usuários indignados por não conseguirem pagar com dinheiro e terem que ficar no meio do caminho, as empresas de ônibus agendaram uma reunião para esclarecer a situação na tarde de hoje.
Segue abaixo o que ficou acertado na reunião que aconteceu nesta tarde no gabinete do deputado Pedro Kemp com a Assetur:
1 – Assetur se comprometeu a solucionar o problema até o final do mês diante do fato do deputado Pedro Kemp (PT) ter acionado o MPE e pedido a revisão do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta)
2 – Assetur ficou de estudar uma alternativa para solucionar o
problema no transporte coletivo e reconheceu que as máquinas
de recarga não têm sido suficientes para atender os passageiros; hoje à noite os empresários das empresas terão uma reunião, pois isso vai implicar em investimentos para comprar mais máquinas de recarga na hora;
3 – Hoje a cidade só conta com 50 pontos para recarga na hora. Os outros 850 pontos não fazem a recarga de imediato e isso é o que tem causado grande problema porque sem crédito, o passageiro é obrigado a descer do ônibus;
4 – Assetur informou que esse constrangimento não deverá mais
acontecer e que o dinheiro será aceito e o TAC será obedecido, pois previa aceitar a moeda corrente caso o passageiro não tivesse o cartão;
5 – Motoristas serão avisados para que “ninguém fique mais na beira do caminho”;
6 – Empresas estudam comprar mais 250 equipamentos para a recarga rápida e assim popularizar o uso do cartão com mais eficiência;
7 – Motoristas vítimas de violência – facada e até tiro – participaram
da reunião e explicaram sobre a importância do cartão para a segurança, pois sem dinheiro circulando cai o número de assaltos. Assetur disse que já chegou a registrar 57 roubos em um mês e no mês de março o número foi a ZERO graças ao
uso do cartão.
Matéria divulgada no dia 15 de março, quando o Pedro Kemp (PT) tornou público o problema enfrentado pelos usuários do transporte coletivo de Campo Grande:
Usuários do transporte coletivo de Campo Grande denunciarem as falhas para o uso do cartão eletrônico principalmente nos bairros da cidade, onde as pessoas não encontram os pontos de venda, ou quando encontram, compram mas ao usar o serviço no ônibus se surpreendem com a informação de que não foi feito a recarga.
Hoje, a Capital tem uma das tarifas mais caras do Brasil. O reajuste anunciado pela prefeitura de Campo Grande elevou o transporte coletivo de R$ 2,70 para R$ 2,85, ou seja, pelo menos quinze pãezinhos francês.
Para utilizar o ônibus fresquinho, com ar condicionado o
campo-grandense tem que disponibilizar R$ 3,45. Antes a passagem no fresquinho era R$ 3,25.
A aposentada, Amália Araújo, 71, mora na Vila Piratininga, é
beneficiada pela gratuidade e está indignada com a forma a qual as pessoas da terceira idade têm sido tratadas pelo poder público.
“Eu sempre uso o ônibus 070-Centro/Terminal Morenão/Terminal
Bandeirantes. Também uso o 061-Moreninhas/Centro e utilizo a linha do Nova Bahia e Tarsila do Amaral. Em todas elas vejo a falta de respeito. Dia desses, uma idosa de 82 anos entrou com o dinheiro na mão e teve que descer do ônibus porque não tinha o cartão. Se não querem que circulem dinheiro, dêem um jeito nisso!
Fica um amontoado de gente na frente, uma situação indecente. O que falta é ter nos bairros da periferia um lugar para vender o cartão.
Tem farmácia, Correios, restaurante e mercado na comunidade. Por que não vendem o cartão? O passe está caro, tiraram os cobradores, deixaram pais de família desempregados, os motoristas além de dirigir têm que cuidar disso tudo e quem paga é o passageiro?”.
Com 57 anos, dona Nilza de Oliveira, mora no Jardim Leblon, e ainda não tem o passe do idoso. Ela conta que travou uma discussão com o motorista quando pegou o ônibus fresquinho que faz a linha 491-Tarumã/Shopping e recebeu o aviso de que seria a última vez em que pagaria em dinheiro. Segundo ela, de forma grosseira foi informada que só poderia usar o ônibus com o cartão magnético. “Estava chovendo, tinha ficado 40 minutos esperando o ônibus na Avenida Manoel Joaquim Moraes. Além do ponto não ter cobertura, e eu ficar encharcada, tive que ser maltratada sendo que entreguei o dinheiro contado para o motorista. Depois, fui à lan house, a lojas e até a drogaria São Bento e não encontrei lugar para comprar o cartão. Está todo mundo com cara
de boi manso, ninguém se queixa desse absurdo!Estão anunciando 900
pontos de venda de cartão, mas a gente não acha no bairro!”
Já a jovem Carolina Nantes, 28, servidora pública, mora no Jardim
Noroeste, e relata que por várias vezes presenciou pessoas com o
cartão magnético barradas dentro do coletivo. “No bairro, a gente
compra o cartão, mas carrega e na hora de passar no ônibus não aparece a carga. Já paguei do meu cartão para outras pessoas de dó. Só que comigo perdi R$ 20,00 porque carreguei meu cartão no bairro e na hora de passar, não estava com carga. Fui explicar para o motorista, mas não teve jeito, ele me fez descer ali mesmo dentro do bairro”.
(Jacqueline Lopes)
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