Mesmo com a queda de 9,6% no preço do óleo diesel em todo o país, não haverá qualquer redução na tarifa do transporte público de Campo Grande, pelo menos por enquanto. A informação foi dada na semana passada pelo presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade. De acordo com Trindade, impostos regionais e outros gastos ainda oneram o valor do serviço, impossibilitando um decréscimo no custo da tarifa para a população.
Hoje, o deputado Pedro Kemp (PT) ocupou a tribuna na sessão da Assembleia Legislativa para questionar a afirmação do presidente da Agetran, já que cálculos da própria agência dão conta que os combustíveis representam 22,53% do valor da tarifa. “Se vai haver uma redução no valor do óleo diesel, isso precisa impactar diretamente na tarifa do transporte público de Campo Grande, que se tornou um dos mais caras do país”, disse
Pedro Kemp é autor de representação no MPE (Ministério Público Estadual) que questiona o reajuste concedido pela prefeitura em março deste ano, aumentando a tarifa do transporte público em 8,6%. Com a medida, os usuários do cartão passaram a pagar R$ 2.30 pela tarifa. Sem o bilhete eletrônico, o valor é de R$ 2.50. Após a representação, o Ministério Público Estadual abriu inquérito e passou a investigar e analisar o reajuste concedido pelo município.
Kemp enfatizou que a Prefeitura de Campo Grande precisa criar um fundo específico para custear as gratuidades oferecidas no transporte público, que hoje se tornaram a principal justificativa para o valor abusivo da tarifa. “A prefeitura pode oferecer a gratuidade que quiser, mas é preciso ter um fundo para arcar com essa despesa. Porque hoje quem está pagando é o trabalhador, é a população de baixa renda. O pobre está pagando pela passagem de outro pobre. Isso é fazer cortesia com o chapéu alheio”, enfatizou.
O parlamentar disse ainda que o Ministério Público Estadual tem investigado o reajuste da tarifa por meio de pareceres técnicos e estudos detalhados e se mostrou confiante com um desfecho positivo para a população. “Estamos muito confiantes com o trabalho do Ministério Público Estadual”, disse.
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