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Bancada do PT em MS é contrária a CPI que tenta responsabilizar CIMI por problemas da União

set 1, 2015 | Em destaque | 0 Comentários

A Bancada Estadual do PT deverá encaminhar amanhã (2) um requerimento para anular um outro documento da deputada Mara Caseiro (PT do B), que pediu hoje a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para investigar o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), da Igreja Católica, por conta dos conflitos por terra em Antônio João. Porta voz dos ruralistas, a parlamentar acusa o CIMI de incentivar as ocupações.

Em Antônio João, o indígena Simião Vilhalva, 24, foi assassinado durante o conflito. Diante do clima de tensão, a Bancada do PT, por meio do líder da oposição, deputado estadual Pedro Kemp, foi à tribuna e mais uma vez ponderou. Segundo ele, achar um culpado é tirar de foco a solução de um impasse criado pela União, quando nas décadas de 20 e 30 entregou terras indígenas para produtores rurais, que se tornaram donos dos títulos. O resultado hoje é: de um lado, índios que buscam a demarcação e a retomada das áreas, de outro, produtores rurais que exigem indenização.

E a demora da Justiça e do governo federal para solucionar o problema tem transformado Mato Grosso do Sul em palco de guerra, onde os mais fracos pagam com suas vidas pela omissão do Estado e a impunidade é uma realidade.

“Não acredito que as 95 fazendas ocupadas no Estado pelos indígenas foram financiadas ou teve o incitamento do CIMI. Uma CPI neste momento muda o foco em torno dessa questão tão importante”.

Kemp acrescentou: “A Bancada do PT vai apresentar amanhã (2) um requerimento contra esse requerimento da deputada Mara porque a CPI não contribui em nada. Pelo contrário, a situação está cada vez mais tensa e não é um fato isolado o que aconteceu em Antônio João e sim, está dentro de uma sequência de fatos com desfechos lamentáveis como as mortes das lideranças indígenas. Não temos até hoje conclusão sobre essas mortes e não queremos mais derramamento de sangue, confronto”.

A terra em Antônio João foi homologada pelo presidente Lula como área indígena. Os proprietários recorreram na Justiça e o processo já está no STF (Supremo Tribunal Federal). O processo demarcatório está paralisado. Os produtores querem indenização.

 

Jacqueline Bezerra Lopes
Jacqueline Bezerra Lopes

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