O deputado estadual Pedro Kemp (PT) foi à tribuna nesta quarta-feira (6), a dois dias do 8 de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, e apresentou dados alarmantes sobre o machismo e as duras suas consequências. O parlamentar ressaltou que embora a data seja marcada pelas tradicionais homenagens e entregas de flores, precisa ser tratada com mais seriedade, uma oportunidade de reflexão sobre a eficácia das políticas públicas na proteção às mulheres.
Para se ter uma ideia, o Brasil tem mais mulheres do que homens. De uma população de 195,2 milhões de habitantes, 100,5 milhões – ou 51,5% – são mulheres e 94,7 milhões são homens – 48,5% do total. São 5,8 milhões de mulheres a mais que os homens. É o que revela a PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo Kemp, dados da ONU (Organização das Nações Unidas) mostram que o Brasil está no topo dos países que cometem violações contra as mulheres. “De 1980 até 2010, em 30 anos, 92 mil mulheres foram brutalmente assassinadas no Brasil. No mundo, foram 35 milhões. Segundo a ONU, há uma epidemia mundial de violência contra mulheres. Mato Grosso do Sul é o 5º em assassinato e Ponta Porã é o 10º município que mais registram morte de mulheres no Brasil”, disse Kemp em seu pronunciamento na tribuna do Legislativo. Ele citou também que a discriminação ainda é marcada por salários diferentes e menores para as mulheres que ocupam o mesmo posto de serviço que um homem no mercado de trabalho brasileiro.
O parlamentar ressaltou ainda que a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga a violência contra mulher no Brasil identificou inúmeras falhas em Mato Grosso do Sul, onde realizou visitas e oitivas no final de 2012. “Foi constatado que as políticas públicas do Estado deixam a desejar. As parlamentares que aqui estiveram cobraram das autoridades o funcionamento das Deams (Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres) aos fins de semanas e políticas concretas para barrar o número de assassinatos”.
O deputado, que foi proponente da audiência feita pela CPMI em Mato Grosso do Sul, finalizou seu pronunciamento ao dizer que o 8 de Março tem que ser lembrado como dia de luta e resistência.
(Jacqueline Lopes – assessoria de imprensa – Mandato Pedro Kemp)
(FOTO: GIULIANO LOPES/REPÓRTER FOTOGRÁFICO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MS)
0 comentários