Durante o pronunciamento 24 horas após o Dia do Trabalhador, na tribuna da Assembleia Legislativa, hoje (2), o deputado estadual lamentou a cobertura da mídia nacional que ocultou a grandiosidade dos protestos contra as reformas da Previdência e Trabalhista por todo o País no dia 28 de abril e também no dia 1o de maio. Lembrou que quando os deputados e senadores investigados na Lava Jato orquestraram no Congresso Nacional o impeachment da presidenta eleita Dilma Roussef, foi dado tratamento diferente na cobertura com “flashes a todo momento do topo de prédios e agora, na caminhada dos trabalhadores não tivemos esses flashes para mostrar a multidão. Fica aqui meu protesto e minha indignação. A Greve Geral foi o grande recado porque o povo não vai aceitar essas reformas que suprimem direitos!”.
Informações nas redes sociais dão conta de que houve ordem para que os jornalistas da imprensa nacional trocassem o termo GREVE GERAL por manifesto ou protesto e não focassem o tamanho da manifestação e sim, atos de vandalismos e os “prejuízos” pela suspensão dos serviços já que em algumas capitais o transporte coletivo foi paralisado, aulas interrompidas,rodovias bloqueadas e até médicos cruzaram os braços.
“Nos telejornais só vimos falar de depredações e badernas nas ruas. Participei dos atos em Campo Grande e está clara a insatisfação dos trabalhadores e trabalhadoras sul-mato-grossenses com as reformas propostas pelo Governo Federal”, disse. “Isso não é liberdade de imprensa. O fato foi noticiado a partir de uma visão. As imagens divulgadas no dia 28 foram parciais e revelam que a mídia se rendeu aos interesses do Governo Federal. Graças às redes sociais houve o contraponto e o recado da greve geral foi dado, o povo não aceita as reformas que suprimem direitos e precarizam o trabalho”.
No dia 28, em Campo Grande, o deputado estadual Pedro Kemp também conversou com professores do Instituto Federal sobre a reforma da previdência e reforma trabalhista e também participou da Audiência Pública “Não às reformas” – Um debate sobre a retirada dos Direitos da Classe Trabalhadora, na Assembleia Legislativa, com o companheiro, propositor Amarildo Cruz.
MISSA DO TRABALHADOR – 1o de Maio
A Missa do Trabalhador, que aconteceu no dia 1o de maio, na Paróquia São Francisco, em Campo Grande, reuniu representantes dos movimentos sociais e também sindicalistas e pessoas da comunidade local que se uniram para no ato, repudiar as reformas propostas pelo governo federal para a previdência e as leis trabalhistas. O deputado estadual Pedro Kemp (PT-MS) participou da celebração, que segundo ele, foi importante para a luta de todo o povo brasileiro.
O ato contou com a presença do povo indígena guarani-kaiwoá , que abençoou a todos conforme sua tradição com danças e cantos. A mística contou com símbolos como bandeiras dos movimentos sociais que lutam pela terra, bandeira nacional, frases que pedem à classe política o não à reforma da previdência e também, frutas foram ofertadas como parte do trabalho produzido pelos pequenos agricultores, que representaram a produção da classe trabalhadora. O final do ato aconteceu na região do Dom Antônio, no campo de futebol do bairro José Teruel, próximo à área do Lixão. Em um caminhão, sindicalistas colocaram caixa de som e uma banda animou e chamou a atenção das crianças, mulheres e homens, a maioria, catadores que reclamam da falta de opção de trabalho com a desativação do Lixão. As falas sobre a situação do País diante das reformas que vão penalizar principalmente os mais pobres foi feita por lideranças sindicais e também religiosas.
Oração do Povo Trabalhador
Senhor, Deus da vida, pai e mãe dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, por intercessão dos teus fiéis operários, os mártires da justiça no mundo do trabalho. Dá-nos força e coragem neste tempo de crise e de dificuldades. Comprometidos com o Evangelho de Jesus, unidos e organizados, queremos construir a nova sociedade. Com emprego para todos, com justiça e solidariedade no trabalho. Com pão partilhado em todas as mesas, com saúde e educação para nossas crianças e vida digna para todo o povo brasileiro. Pela intercessão de São José Operário e de Nossa Senhora Aparecida abençoa senhor o povo trabalhador do Brasil. Amém!
Segue abaixo a CARTA ABERTA AOS IRMÃOS E IRMÃS DA ARQUIDIOCESE DE CAMPO GRANDE POR OCASIÃO DO DIA DO TRABALHADOR
Com a graça de Deus, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está reunida em sua 55a Assembleia Geral, na Casa da Mãe, Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Juntos, podemos pensar melhor o presente e o futuro da Igreja em nossa Pátria tão querida.
É nessa comunhão, à luz do Mistério da Páscoa do Senhor Jesus Cristo, com zelo pastoral e em solidariedade com o bom povo brasileiro, que me dirijo aos irmãos e irmãs de nossa querida Arquidiocese de Campo Grande, para manifestar minha apreensão com relação às reformas que estão em discussão e votação no Congresso Nacional, especialmente, o Projeto de Reforma da Previdência Social (PEC 287/2016), o Projeto de Reforma Trabalhista e a recentemente aprovada Lei da Terceirização, cuja constitucionalidade já é objeto de questionamento no Supremo Tribunal Federal.
Vivemos tempos difíceis em nosso País, onde a retração da atividade econômica tem significado o fechamento de empresas e a supressão de postos de trabalho, com um aumento vertiginoso das taxas de desemprego nos últimos meses, deixando milhões de famílias inseguras e desesperançadas. A crise econômica atinge a todos, porém deixa ainda mais vulneráveis trabalhadores e trabalhadoras que dependem de seus salários para viver e não participam dos mecanismos do mercado financeiro para se proteger. A chamada política de austeridade financeira ou de ajuste fiscal, incluindo a extinção ou redução de programas sociais e de transferência de renda, impõe um ônus difícil de ser suportado pelos segmentos mais pobres e vulneráveis da população, uma vez que são os mais dependentes dos serviços públicos e das políticas sociais.
A Previdência Social do Brasil representa uma conquista do povo brasileiro e um Direito Social, garantido pela Constituição Federal. O sistema previdenciário precisa ser melhor avaliado, inclusive no que diz respeito ao tão falado “rombo” no seu orçamento, que tem sido motivo de diferentes posições dos estudiosos do assunto. Aliás, é urgente que se realize uma ampla auditoria da dívida interna e externa do Brasil, dos Estados e Municípios. No entanto, parece-me que a maneira como o problema está sendo enfrentado é bastante falho. Um projeto desta envergadura deveria ser mais discutido com a sociedade. E existem pressupostos éticos que devem contrabalançar uma análise baseada só em números, para evitar que justamente os mais vulneráveis sejam prejudicados em seus direitos.
O mesmo se diga da Lei da Terceirização e do Projeto de Reforma Trabalhista. Certamente, é necessário modernizar as relações de trabalho e gerar empregos. O trabalho dignifica o ser humano e o faz partícipe da obra da criação. A pessoa humana é sempre um fim em si mesma e nunca um meio. Não pode, portanto, ser reduzida à condição de mercadoria, o que traria inevitavelmente mais insegurança e fragilidades, sobretudo aos que vivem de trabalhos menos valorizados do ponto de vista salarial. Assim, a prática da terceirização das atividades profissionais, sobretudo quando exercida de forma demasiadamente capilar, tem significado a precarização das condições de trabalho, a diminuição dos salários em relação aos empregados formais e a maior incidência de acidentes de trabalho.
Sendo assim, diante da gravidade do momento que estamos vivendo, exorto a todos os cristãos e pessoas de boa vontade a dedicarem especial atenção ao debate das propostas em tramitação no Congresso Nacional e que dizem respeito aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, seja expressando seus pareceres diretamente aos nossos parlamentares, seja participando de todas as manifestações democráticas e pacíficas a seu alcance e que visem preservar direitos e garantias historicamente conquistados, evitando a exclusão social.
Que pela intercessão de São José Operário, o Senhor da Vida abençoe a todos os que, no mundo do trabalho, contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Dom Dimas Lara Barbosa
Arcebispo Metropolitano de Campo Grande – MS 01 de maio de 2017
Texto e Imagens: Jacqueline Lopes
DRT-078 MS
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Jacqueline Bezerra Lopes
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