Hoje, dia 10 de dezembro, data em que se comemora 61 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Mato Grosso do Sul ainda registra uma triste realidade: o assassinato de dezenas de lideranças indígenas, mortos em conflitos de terra. A constatação é do deputado Pedro Kemp (PT) que hoje ocupou a tribuna na sessão da Assembleia Legislativa para lembrar a importância da Declaração Universal dos Direitos para a humanidade. “É uma extraordinária carta mundial em defesa da Paz. Nela todas as pessoas são declaradas livres e iguais em direitos”, disse. “Num mundo de tanto preconceito e violência temos que nos lembrar sempre dessa declaração”, ponderou.

Para o parlamentar, o principal símbolo da violação dos direitos humanos em Mato Grosso do Sul é situação vivida pelas populações indígenas. Pedro Kemp lembrou do assassinato recente de dois professores Kaiowá Guarani, que desapareceram após confronto com milícia armada em Paranhos, cidade localizada a 472 quilômetros de Campo Grande. Os educadores faziam parte de um grupo que ocupava a fazenda São Luiz, no município. “Ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos. Essa indignação que sinto deve-se ao fato de que a população indígena está morrendo”, lembrou.

O deputado, que é membro da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas, lamentou que após todas as atrocidades vividas durante as guerras mundiais e mesmo após a edição da Declaração Universal dos Direitos Humanos, existam ainda tantas formas de violência. “Apesar da declaração completar 61 anos, dos avanços no arcabouço jurídico e das conquistas das minorias sociais ainda muitas pessoas são vítimas de violência em todas as suas formas: a fome, a miséria, a opressão, a discriminação”, exemplificou.

Ao encerrar seu pronunciamento, o parlamentar lembrou que a Declaração Universal dos Direitos Humanos trata no seu artigo primeiro da liberdade e igualdade entre os homens. “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Essa é a noção mais bela construída pela humanidade. A ideia de igualdade entre as pessoas”, definiu.

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