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Espionagem do governo sobre professores abre precedentes, diz Kemp

nov 22, 2007 | Geral

Professor e militante na área da educação, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) usou a tribuna na sessão desta quarta-feira, 21, para repudiar a atitude do governo do Estado que mandou a PM2 (serviço reservado da Polícia Militar) investigar assembléia de professores, ocorrida na ACP (Associação Campograndense de Professores). O caso de espionagem veio à tona ontem em reunião da FETEMS e o governador André Puccinelli para tratar da eleição para diretores. Durante o encontro, Puccinelli relatou aos sindicalistas que havia enviado uma equipe do serviço reservado para acompanhar a plenária dos educadores. Na ocasião, os policiais chegaram a fazer relatório e gravar as falas dos professores.

Hoje, durante a sessão legislativa, Pedro Kemp classificou a postura adotada pelo governo do Estado como muito grave e ilegal. “O serviço de inteligencia, a PM2, deve ser utilizada para crimes, atentados e não assembléia de trabalhadores e movimentos sociais”, explicou, lembrando que está ocorrendo uma criminalização dos movimentos organizados no Estado. “Essa espionagem abre precedentes para que a PM ausculte o que está ocorrendo em qualquer entidade, nas nossas casas, na Assembléia Legislativa, nos demais partidos políticos”, enfatizou ao explicar que as associações e sindicatos garantiram em lei o direito de mobilização e reivindicação dos seus interesses.

O deputado cobrou ainda dos parlamentares da base aliada do governo explicações sobre o caso. “É inadmissível o que está ocorrendo aqui. A base do governo não dá qualquer explicação sobre a espionagem feita a mando do executivo”, disse. Pedro Kemp leu ainda em plenário o relatório do serviço reservado da Polícia Militar sobre as investigações realizadas na ACP. Para o parlamentar, o caso é uma arbitrariedade do governo, um atentado ao estado democrático de direito. “É lamentável essa postura”, concluiu.

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