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Famílias de vítimas da meningite comemoram distribuição da vacina e criticam governo de MS

ago 20, 2009 | Geral

Familiares de crianças vítimas da meningite bacteriana comemoraram hoje a decisão do governo federal de produzir e oferecer, a partir do próximo ano, gratuitamente a vacina contra meningite bacteriana do tipo pneumocócica. Fernanda Soares da Silva, mãe do menino Linkon, de 2 anos, que morreu no ano passado em decorrência da doença se emocionou ao falar da decisão do Ministério da Saúde e lamentou que Mato Grosso do Sul não tenha implantado de forma pioneira a vacinação no Estado.

No ano passado, os deputados aprovaram projeto de lei, de autoria do deputado Pedro Kemp (PT), que garantia a distribuição gratuita da vacina contra a meningite na rede pública de saúde. Como forma de apoio à proposta, as famílias das crianças mortas por conta da doença recolheram mais de 20 mil assinaturas num abaixo-assinado. Fernanda Silva chegou a ocupar a tribuna da Assembleia Legislativa, pedindo a aprovação da iniciativa, que foi vetada pelo governo André Puccinelli. “Fico muito feliz com essa notícia, mas também triste pela covardia do governo do Estado. É uma pena que um governador que é médico não dê prioridade a vida e a saúde de sua população. Ainda bem que nós temos um governo federal que pensa na vida, porque o nosso dá valor apenas ao asfalto e obras”, criticou.

O avô do Linkon, Joventino Cardoso de Andrade, bacharel em direito, também comemorou a decisão. “Fico muito feliz que nossa luta surtiu efeito e nós, de alguma forma, fomos atendidos direta ou indiretamente”, comentou. A prima do menino Wilker da Silva Marciano, de 2 anos, outra vítima da doença, Rosimeire Alves da Silva festejou a medida, lembrando que outras crianças poderão ser beneficiadas e muitas vidas salvas. “Nada vai trazer nosso neném de volta, mas estamos imensamente felizes que outras crianças poderão ter vida longa”, comemorou.

O autor do projeto de lei, deputado Pedro Kemp, ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para dizer que Mato Grosso do Sul perdeu a chance de ser pioneiro nesta iniciativa ao vetar a proposta e lembrou que o investimento em prevenção deve ser uma meta de todos os governos. “É muito mais vantajoso prevenir do que tratar. O governo federal vai reduzir, certamente, com essa decisão a mortalidade infantil”, comentou ao citar que 13,1 milhões de doses serão distribuídos por ano. “A estimativa é que com a incorporação dessa vacina seja evitada a morte de pelo menos dez mil crianças anualmente”, comemora.

O governo pretende disponibilizar a partir de 2010 o medicamento no calendário nacional de vacinação. O imunizante será fabricado no Laboratório Biomanguinhos da Fundação Oswaldo Cruz, que também irá pesquisar e desenvolver vacinas contra dengue, febre amarela inativa e a malária vivax.

admin
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