O trabalho da médica pediatra Zilda Arns, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e que morreu em 2010 no terremo do Haiti, foi lembrado durante a sessão solene Fraternidade e Saúde – referência a Campanha da Fraternidade deste ano- na Assembleia Legislativa nesta manhã.
O deputado estadual Pedro Kemp (PT), um dos organizadores da cerimônia, falou do importante marco para a saúde infantil brasileira que tem como referência a Pastoral da Criança, de Zilda Arns e ressaltou o trabalho de legiões de voluntários que atuam em defesa da população carente. “Neste campo da participação da sociedade, não podemos deixar de lembrar aqui o valor inestimável da contribuição da Igreja, através de suas pastorais e serviços, que constituem verdadeira legião de voluntários espalhados por todo o país, em lugares até onde o poder público não consegue chegar, se doam no serviço aos enfermos e na promoção das condições de vida saudável do nosso povo”.
O infectologista Rivaldo Venâncio, diretor da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) assim como Kemp, também destacou a importância dos trabalhos das instituições ligadas à Igreja para a sociedade. “Parabéns ao deputado Pedro Kemp que lembrou da Pastoral da Criança na figura da doutora Zilda Arns. Se o Brasil reduziu a mortalidade infantil, se deve ao papel da Pastoral”.
“A solenidade e as homenagens foram uma justa deferência ao tema saúde, um olhar de quem quer melhorar o que já existe. O SUS é uma conquista de todo o povo brasileiro”, acrescentou Venâncio que em seu discurso também criticou a má gestão no setor. Ele considerou inconcebível ainda hoje, a população enfrentar nas filas dos postos de saúde a falta de um bebedouro e banheiro público.
O arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara terminou seu discurso dizendo que no campo religioso, a saúde sempre é visto como tema mais amplo porque “envolve o bem-estar das pessoas e particularmente da população mais vulnerabilizada como a população indígena”.
Venâncio frisou ainda que a CNBB(Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) sempre teve coragem em tocar em temas polêmicos quando o assunto é a Campanha da Fraternidade como disputa por terras, questões indígenas, situação carcerária no País. “Ao longo dos anos a CNBB nunca se furtou debater temas importantes”.
Dom Dimas também ressaltou o trabalho do Legislativo, em especial o envolvimento do deputado Pedro Kemp. “Sou profundamente grato desde a acolhida que recebi aqui no ano passado e agora mais ainda, quando os 18 parlamentares chamados pelo Pedro Kemp, me acolheram novamente. A visibilidade que a campanha adquire só vai motivar não apenas os nossos homenageados mas, todas as nossas comunidades que crescem”.
Pedro Kemp e os deputados do PT, Laerte Tetila e Cabo Almi fizeram a entrega de um quadro em homenagem ao trabalho da Pastoral da Sobriedade, representada por Renato Bezerra Alves que há quatro anos trabalha com dependentes químicos e as famílias deles e também, presta atendimento na Casa do Morador de Rua Casa São Francisco, no bairro Coronel Antonino.
Receberam as honras em nome da Campanha da Fraternidade de 2012 pela Arquidiocese de Campo Grande e Assembleia Legislativa a Pastoral da Criança (Nice Aparecida de Almeida), Pastoral da Saúde (Victorina Lineno de Oliveira Vieira), Pastoral da Sobriedade (Renato Bezerra Alves), Hospital São Julião(Carmélio Ross), Lar das Crianças com Aids (Irmã Madalena Aparecida da Silva) e Fazenda da Esperança (José Natanael dos Santos). Antes das homenagens, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli promulgou a lei que altera o FIS (Fundo de Investimento Social), criado pelo antecessor Zeca do PT, para que agora possa dar suporte aos municípios também na área de saúde. O FIS foi iniciativa do governo do PT no combate às desigualdades sociais, finaliza Kemp.
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