O deputado estadual Pedro Kemp (PT) lamentou na manhã desta terça-feira a morte do líder indígena Ortiz Lopes, 46 anos, assassinado a tiros no domingo. O parlamentar, que tem atuado junto a questão indígena no Estado, cobrou das autoridades empenho nas investigações do crime e esforços no sentido de garantir policiamento nas aldeias de Mato Grosso do Sul. “Nós não podemos mais concordar com essa situação. Nosso Estado não pode mais registrar essa violência contra os indígenas sem que ninguém seja responsabilizado”, enfatizou.
Ao ocupar a tribuna na sessão de hoje para relatar crimes cometidos contra a população indígena no Estado, Kemp lembrou que pelo menos 20 lideranças indígenas já foram assassinadas somente este ano no Estado. “Nos preocupa porque esse já é o vigésimo caso, conforme o CIMI [Conselho Missionário Indigenista]”, disse ao solicitar dos governos federal e estadual atuação incisiva, sobretudo, nas aldeias do sul do Estado. “Temos que contar com a ajuda do governo federal no sentido de ter segurança mais efetiva nas aldeias. Polícias federal e estadual podem atuar em conjunto”, comentou.
Ortiz Lopes, que é da etnia Guarani Kaiowá, foi morto no domingo às 19h40 após ser atingido por cinco disparos de arma de fogo. A vítima chegou a ser encaminhada para o hospital municipal de Coronel Sapucaia, no entanto, não resistiu aos ferimentos. Não há informações sobre o paradeiro do pistoleiro. Ontem o CIMI divulgou nota denunciando que o crime teria sido encomendado. De acordo com as informações divulgadas pelo Conselho Missionário Indigenista, antes de executar Ortiz o assassino teria dito “os fazendeiros mandaram acertar as contas com você”. Ortiz Lopes era uma das lideranças indígenas que ocupou a fazenda Madama este ano. A terra, batizada de Kurussu Ambá, foi motivo de conflito em janeiro passado, quando uma milícia contratada por fazendeiros fez disparos de arma de fogo, matando a rezadeira Kuretê Lopes, 70 anos, e ferindo Valdeci Ximenes, de 22 anos.
0 comentários