O alto índice de agrotóxico na água coloca em risco a saúde da população em Campo Grande, Dourados, Glória de Dourados e Costa Rica. O alerta foi feito hoje em pronunciamento do deputado estadual Pedro Kemp (PT-MS). Com dados em mãos, que foram divulgados na imprensa através do Mapa da Água – Repórter Brasil, o parlamentar denunciou que em Mato Grosso do Sul os níveis de químicos na água estão acima do limite seguro para o ser humano.
“Altos índices, por exemplo, de nitrato, comprovadamente cancerígeno para humanos, utilizado na fabricação de fertilizantes e medicamentos. Só o governo de Jair Bolsonaro liberou mais de 1.500 novos agrotóxicos no Brasil, alguns desses proibidos em outros países. Estamos falando do direito à vida e com saúde. Já fizemos audiência pública aqui na Assembleia Legislativa sobre o impacto da utilização desses pesticidas no meio ambiente e na saúde e ficamos muito impressionados com os resultados das pesquisas. Temos relações comprovadas entre agrotóxicos e câncer, doenças neurodegenerativas e mentais. O consumo através da água e dos alimentos é série e é preciso abrir uma discussão também relacionada à fiscalização”.
As recentes apreensões de contrabandos de agrotóxicos divulgadas pela imprensa mostram a dimensão do problema. “Isso mostra que precisa ter intervenção no que tange o risco da contaminação. Temos uma calamidade, o grau de contaminação é assustadora, sistêmica, tanto na água como nas pessoas que lidam diretamente com esses produtos. Defendemos uma rede que nos possa dar segurança. Essa é uma questão de direitos humanos violados”.
Diante dessa realidade, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do planeta em volume de produtos e convive com cerca de oito intoxicações por dia no Brasil. A subnotificação indica ainda uma situação pior. Em relação à água contaminada, Kemp disse que a concessionária responsável por Campo Grande, a Águas Guariroba emitiu nota afirmando que houve erro de digitação nos dados que acabaram por incluir a Capital no mapa com maiores índices. Já a responsável pelo serviço nas outras cidades do Estado, Sanesul, disse que esclareceu que não consta em base de dados do governo federal relatório que aponte a presença do agente químico nitrato.
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