O deputado estadual Pedro Kemp (PT) anunciou hoje durante a sessão legislativa que vai ingressar com representação no Ministério Público Estadual contra o aumento da tarifa do transporte coletivo da Capital. Na última sexta-feira, dia 20 de fevereiro, a prefeitura de Campo Grande publicou decreto reajustando o preço da passagem de ônibus em 8,7%. Com o aumento, o valor cobrado passará dos atuais de R$ 2,30 para R$ 2,50, o mais alto entre as capitais brasileiras. Já os usuários que utilizam o cartão eletrônico pagarão 2,30 para utilizar os serviços do transporte público. O reajuste começa a valer a partir de 1° de março, próximo domingo.
A medida causou revolta na população e no empresariado que vem enfrentando problemas decorrentes da crise mundial. Desde 2005, quando assumiu a prefeitura de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB) já aumentou a tarifa em quase 40%, bem acima dos reajustes salariais obtidos pelos trabalhadores campo-grandenses no mesmo período.
Para criticar a medida tomada pela prefeitura, o deputado Pedro Kemp utilizou a tribuna, onde questionou a falta de diálogo da administração municipal com os segmentos representativos da população. “Além das discussões sobre o aumento da tarifa serem feitas com empresariado a portas fechadas, a população não foi ouvida. Com o aumento, o transporte público vai representar no mês praticamente 30% do salário mínimo”, disse.
O parlamentar ponderou ainda que o aumento na tarifa acontece em meio a crise mundial e o desaceleramento da economia, o que poderá provocar mais demissões. “Eu pergunto. Qual a contribuição que a prefeitura está dando para o enfrentamento da crise? O aumento do transporte vai onerar ainda mais a população, os comerciantes e empresários”, criticou.
Kemp deve entregar nos próximos dias, uma representação ao Ministério Público Estadual para que órgão analise o reajuste proposto pela prefeitura. O parlamentar lembrou que a concessão das empresas do transporte coletivo já vem sendo questionada na justiça, uma vez que não houve nova licitação para contratação dos serviços. Outra dúvida, apresentada pelo deputado, é quanto as planilhas utilizadas para conceder o aumento. “Essas planilhas são verdadeiras caixas pretas”, disse.
Com o aumento, o valor cobrado em Campo Grande pelo transporte coletivo será equivalente apenas a de quatro cidades do interior de São Paulo. No entanto, supera Brasília (R$ 2,10) e a capital de São Paulo (R$ 2,30), a maior cidade da América do Sul. Em Cuiabá a tarifa é de R$ 2,05 e em Goiânia, R$ 2,00. Já em Florianópolis o valor cobrado é R$ 2,10.
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