Autor do projeto de lei que garante a vacina gratuita contra meningite bacteriana na rede pública de saúde, o deputado estadual Pedro Kemp lamentou hoje, 31, em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa a morte do menino Wilker da Silva Marciano, de 2 anos. A criança faleceu no domingo na Santa Casa após peregrinação de quase uma semana pelos postos de saúde e hospitais de Campo Grande. Laudo clínico aponta para meningite meningocócica.
O projeto do parlamentar foi apresentado e aprovado pela Assembleia Legislativa no ano passado, no entanto, recebeu veto contrário do governador André Puccinelli. Pela proposta, a rede pública de saúde deveria oferecer gratuitamente a vacina contra a meningite dos tipos meningococo e pneumococo, que atualmente são comercializadas apenas em clínicas particulares. “Por que uma criança que tem dinheiro pode ser vacinada e uma família pobre não tem esse direito”, pondera.
Kemp cobrou ainda ações do poder público para garantir a realização de cirurgias eletivas em Campo Grande. Santa Casa e Hospital São Julião suspenderam os atendimentos cirúrgicos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). No Hospital Regional o número de cirurgias é limitado, devido à falta de estrutura e o Hospital Universitário vem enfrentando problemas com a contaminação dos pacientes com a bactéria Acinetobacter, que pode levar a morte. A situação obrigou a unidade a fechar as portas e o atendimento só foi retomado na última sexta-feira, 27.
Somente na Santa Casa, nos últimos dois meses 800 cirurgias eletivas foram suspensas. Pacientes do HR (Hospital Regional) têm que aguardar até 30 dias para realizar uma operação no coração. Na unidade, que sofre com a falta de equipamentos e a reforma do centro cirúrgico, apenas 260 cirurgias por mês estão sendo autorizadas.
O parlamentar criticou a inércia do governo com a situação, que tem afetado diariamente a população do Estado. “A situação da saúde em Mato Grosso do Sul é muito grave. As pessoas têm enfrentado um verdadeiro drama nas filas dos postos e hospitais públicos”, relata. Kemp lamentou a prioridade dada pela administração pública somente na parte física do sistema de saúde. “A administração gosta de fazer reforma, construir. Fica bonito, aparece, enquanto a população passa necessidade nas filas dos hospitais”, criticou.
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