O deputado estadual Pedro Kemp (PT) participou neste fim de semana de mais uma `Aty Guassu`do povo Kaiowá Guarani. A grande assembléia indígena foi realizada na Terra Indígena Panambi, na aldeia Lagoa Rica, no município de Douradina, localizado a 180 quilômetros da Capital. O encontro reuniu pelo menos 300 lideranças que debateram sobre a luta dos povos Guarani, sobre a necessidade da demarcação das terras indígenas e de resolução dos conflitos e violência nas aldeias.
Além do parlamentar, estavam presentes também o vice-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Roberto Lustosa Costa, a administradora da Funai em Dourados, Margarida Nicoletti, o presidente do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza Tupã I), Paulo Ângelo de Souza, e representantes da Comissão de Direitos Humanos da Presidência da República e do CIMI (Conselho Indigenista Missionário).
Kemp lembrou aos Guarani que a sua organização e luta fez o governo identificar que os problemas existentes atualmente nas aldeias de Mato Grosso do Sul são um reflexo do confinamento imposto aos indígenas. “As comunidades conseguiram pautar para o governo federal que o problema do povo indígena é sem dúvida a falta de terra”, enfatizou.
Ao final da Aty Guassu, no domingo, 24, as lideranças Guarani redigiram um documento pedindo ao governo federal celeridade na identificação e demarcação das terras Kaiowá Guarani, além de garantia de maior segurança nas aldeias do Estado. A seguir um trecho do documento:
“Pedimos também a atuação maior das autoridades para garantir, de alguma forma, a segurança aos líderes que estão à frente dessa luta, pois estão sendo mortos e caçados como animais. Na maioria das vezes, caçados injustamente até pela Justiça como forma de nos calar, nos deixando presos apenas por reivindicar os nossos direitos que já estão garantidos pela lei.
Pedimos também que a Funai respeite, valorize, apóie, fortaleça e reconheça as organizações indígenas para evitar problemas futuros para que qualquer decisão que seja tomada pela instituição seja antes submetida a aprovação da comunidade, para evitar, por exemplo, o caso de Ñande Ru Marangatú onde colocaram um Chefe de Posto que é sobrinho dos fazendeiros.
Fazer uma carta compromisso cobrando de todos os membros das aldeias, como lideranças, professores, agentes e comunidade, para trabalhar em conjunto e união. Além de serem mais responsáveis se comprometendo e se envolvendo mais com as coisas relacionadas a si próprio enquanto guerreiro de seu povo e da sua comunidade visando a garantia de terra e outros direitos.
Queremos que a segurança nas nossas áreas seja feita pela FunaiI e a Polícia Federal.
Queremos que a Justiça pare de perseguir e criminalizar nossos líderes como se fossem bandidos, enquanto os verdadeiros bandidos que matam nosso povo estão soltos.”
A Assembléia termina com agradecimentos e emoção por ter se realizado com tanta garra e disposição mais esse momento forte da caminhada e luta Kaiowá Guarani pelos seus direitos, Terra e Vida.
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