Defensor dos povos indígenas na Assembléia Legislativa, o deputado estadual Pedro Kemp, líder do PT na casa, se manifestou hoje sobre a discussão travada na sessão desta terça-feira, 2, envolvendo a questão fundiária do Estado e a luta dos povos indígenas pela demarcação de seus territórios. No debate ocorrido ontem, parlamentares chegaram a dizer que o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), movimento ligado à Igreja Católica, incitava os indígenas a atear fogo em propriedades rurais e seus membros foram taxados como terroristas.
Em sua fala hoje, Pedro Kemp rebateu as críticas lembrando da atuação do Conselho Indigenista Missionário em todo o país e de outros militantes na luta pela garantia de direitos dos povos indígenas. “Quero dizer que, de maneira alguma, concordo com as afirmações feitas nesta Casa de Leis. Essas entidades nominadas aqui durante o debate de ontem, eu as conheço e sei da sua militância. Por isso, quero resgatar a credibilidade e a honradez dessas pessoas como Dr. Antônio Brand e os dirigentes do CIMI, que fazem um trabalho muito importante em todo o país”, recordou.
O parlamentar cobrou ainda medidas para conter a violência praticada contra a população Guarani Kaiowá de Mato Grosso do Sul, que, segundo ele, enfrentam um genocídio. Pedro Kemp fez também um apelo para que as mortes das lideranças indígenas do Estado sejam apuradas e os criminosos condenados. “Há alguns anos estamos assistindo a morte de lideranças indígenas, mas não estamos vendo os inquéritos apurarem essas mortes”, enfatizou, demonstrando preocupação com os debates acerca da questão indígena. “Fico preocupado quando vejo algumas pessoas querendo atribuir aos movimentos sociais ou determinadas pessoas o conflito de terras”, finalizou.
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