Brasília – O encontro de três dias entre representantes do Mercosul e da União Européia para a criação de uma área de livre comércio terminou sem acordo. A União Européia não aceita uma negociação global, envolvendo vários setores e itens, como querem os negociadores dos países do Cone Sul. A UE insiste em discutir passo a passo cada ponto. Além disso, os europeus se negam a divulgar uma nova oferta até que o Mercosul faça isso primeiro. Apesar das contradições, os dois mercados são unâmines em afirmar que o prazo de assinatura do acordo de livre comércio em outubro ainda pode ser cumprido.

Para o diretor de Assuntos Internacionais Agrícolas da União Européia, João Pacheco, não é o caso de ser pessimista. “Vamos conversar com os nossos ministros e ver o que eles decidem”, afirmou.

João Pacheco disse que volta para casa com uma certa decepção, mas acredita que as negociações não estão suspensas. “São só umas férias de três semanas para depois retomarmos”.

Do lado do Mercosul, o sentimento também é de frustração. A expectativa de travar uma discussão intensa nesta semana acabou não se confirmando. O encontro terminou antes do previsto, na metade do terceiro dia.

Agora, os negociadores do Mercosul vão concentrar esforcos para fazer um contato mais direto com os ministros europeus. As próximas reuniões estão marcadas para os dias 13 e 20 de setembro.

Para o embaixador Régis Arslanian, coordenador das negociações pelo Mercosul, o objetivo é que as ofertas de ambas as partes sejam apresentadas ao mesmo tempo. Ele avalia que, por enquanto, os europeus estão tendo mais ganhos. “A negociação está desequilibrada e precisa ser corrigida”, declarou Arslanian.

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