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Mulheres no Brasil ainda recebem 30% a menos que homens, diz movimento feminista

maio 1, 2008 | Geral

Quando o assunto é trabalho digno para as mulheres, os movimentos feministas apontam os desafios para garantir a elas maior inserção e igualdade de direitos no mercado de trabalho. Entre as prioridades para alcançar tais metas estão o reconhecimento da condição reprodutiva das trabalhadoras, além de salários mais justos entre homens e mulheres, e suporte familiar para que elas, como trabalhadoras, possam desempenhar suas funções.

A três dias da data comemorativa ao trabalhador, Sônia Coelho, membro da SOF (Sempreviva Organização Feminina) e da MMM (Marcha Mundial de Mulheres) aponta que as mulheres ainda recebem 30% a menos que homens, isso desempenhando as mesmas funções no mercado de trabalho. Ela defende maior qualificação para as trabalhadoras e cobra dos governos suporte para que as mulheres possam ser incluídas no mercado formal de trabalho. “Os governos podem remover os obstáculos para que as mulheres tenham acesso ao trabalho digno. As creches são exemplo”, comenta.

Segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados no ano passado, de 2001 e 2005, as mulheres passaram a ser responsáveis não só pelas crianças (no caso das mães), mas também pelos idosos, dando origem neste século a tripla jornada de trabalho. O levantamento revela ainda que a crescente participação feminina no mercado de trabalho não isentou as mulheres nem reduziu a jornada delas com os afazeres domésticos. A carga semanal delas supera a dos homens em quase cinco horas.

O estudo também afirma que há desvantagem em relação às mulheres não apenas com as horas de trabalho, mas também com a dificuldade de conciliar suas atividades profissionais e familiares. A baixa oferta de aparato social como creches, dificulta ainda mais a participação delas em ambientes profissionais.

As condições de trabalho para mulheres serão abordadas na audiência pública “MS pelo Trabalho Digno”, que acontece amanhã a partir das 13h30 na Assembléia Legislativa. O debate é de autoria do deputado Pedro Kemp (PT) e terá como convidados também representantes do MPT (Ministério Público do Trabalho), do governo do Estado, da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CPT (Comissão Pastoral da Terra).

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