O deputado estadual Pedro Kemp (PT) tem acompanhado o drama das famílias que vivem às margens do Córrego Cabaça e da região do Lagoa em Campo Grande. Em decorrência das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), realizada em parceria com a prefeitura municipal de Campo Grande, essa população deve desocupar a área para dar continuidade ao prolongamento da via expressa. A determinação da prefeitura tem tirado o sono dos moradores que não sabem ainda como será feita a retirada e tampouco para onde vão. “Tem gente sofrendo de depressão, doenças cardíacas e hipertensão, pois nós estamos preocupados com o que vai acontecer”, comenta a moradora Vanda Peres Begas, que mora na região do Lagoa.
Já no bairro Jardim TV Morena, às margens do Córrego Cabaça, as famílias convivem com as máquinas que executam as obras. Em alguns locais, só restaram as casas dos moradores. É o caso de Adir Nunes Silvestre, que mora na região há 23 anos. “Arrancaram todas as minhas bananeiras. Eu estou pronta para sair daqui, só preciso que a prefeitura me indenize ou me diga para onde poderemos ir”, disse. Adir tem câncer e vive na casa com a filha e a neta.
No mesmo bairro, mora o casal de idosos Nicomedes e Amélia Miguel, ambos de 73 anos. A falta de respostas por parte do poder público sobre a situação dos moradores tem preocupado os idosos, que tiveram agravado o estado de saúde. “Meu marido nem mesmo está conseguindo andar de tão nervoso. Que situação é essa, a nossa”, queixa-se a aposentada, mostrando as feridas na perna.
Ontem, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) esteve no local para conversar com as famílias. O parlamentar tenta intermediar com a AMHA (Agência Municipal de Habitação) a transferência das famílias para um dos programas habitacionais da prefeitura. “É uma desumanidade o que estão fazendo com as famílias, que sofrem diariamente uma pressão psicológica para saírem de suas casas”, pondera. Pedro Kemp não descarta, inclusive, uma representação no Ministério Público para que as famílias tenham seus direitos assegurados.
Os moradores das duas localidades afetadas pelas obras do PAC reclamam da falta de um compromisso oficial por parte do Município de Campo Grande, que ainda não elaborou documento assegurando qualquer garantia aos moradores.
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