Filas intermináveis nos postos de Saúde, falta de vagas para cirurgias eletivas nos hospitais públicos, mau gerenciamento dos recursos e superlotação das unidades hospitalares. Nesta quarta-feira (11), no plenário da Assembleia Legislativa, o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, participou da mesa-redonda transmitida ao vivo pela TV Assembleia juntamente com o deputado estadual Pedro Kemp (PT), parlamentares membros da Comissão de Saúde e representantes dos municípios.

O tema da Campanha da Fraternidade deste ano é “Fraternidade e Saúde Pública”. Com isso, o arcebispo propõe um debate amplo envolvendo todos os setores da sociedade em busca de uma solução concreta para o problema.

Os secretários de Saúde do Estado e da Prefeitura de Campo Grande não participaram do debate, que teve a cobertura da imprensa.

Para Pedro Kemp, líder do PT, a área que mais sensibiliza a população é a Saúde e desvios públicos neste setor merecem rigor tanto no combate como na punição. Ele ainda defendeu a ampliação de investimentos dos recursos públicos por parte da União, Estado e prefeituras e a participação da sociedade nos conselhos gestores para o controle social na aplicação das verbas.

Acidentes de trânsito x gargalo

Como o trânsito aparece como gargalo no atendimento hospitalar, sendo os acidentes as principais causas das internações em pronto-socorro, Pedro Kemp cobrou a conclusão do Hospital do Trauma. Faltam ao menos R$ 2,5 milhões em recursos estaduais e municipais para que a obra, anexa da Santa Casa, seja finalizada.

O prédio anexo da Santa Casa de Campo Grande terá 141 leitos, sendo 110 de internação, 18 de observação do tratamento intensivo, dez de CTI (Centro de Tratamento Intensivo), três de isolamento e cinco salas de cirurgia.

Durante a mesa-redonda, a enfermeira Judith Flor, da coordenação da rede municipal de saúde pública, disse que infelizmente não sabia quando o Hospital do Trauma ficará pronto, mas que providenciaria informações sobre a situação. Ela alertou sobre o problema da violência no trânsito ao dizer: “se abrirmos mais 300 leitos, todos serão preenchidos”. Judith Flor também afirmou que enquanto as regiões de Mato Grosso do Sul não tiverem estrutura para atendimento à Saúde, a Santa Casa vai continuar superlotada. “Procedimentos simples são trazidos para cá”.

O deputado estadual Pedro Kemp defendeu o SUS (Sistema Único de Saúde), a melhora na estruturação do atendimento à população por todo Mato Grosso do Sul, a humanização do setor para que o paciente seja bem acolhido e investimentos na área, importante, mas que precisa ser priorizada pelos gestores públicos, de acordo com o deputado do PT. (Jacqueline Lopes)

josi