Foto: Scott Hil
Em nove dias, três crimes foram registrados contra o povo Guarani, na região Sul do Estado. O deputado estadual Pedro Kemp (PT-MS) denunciou hoje (31), na Assembleia Legislativa, e cobrou a elucidação dos casos de homicídio do jovem de 18 anos, Alex Recarte Vasques, da reserva Taquaperi, em Coronel Sapucaia, no dia 21 de maio, também dos dois desaparecimentos, ocorridas no dia 29 de maio, na área Tujury, Guapo’y Mirin, em Amambai, de duas mulheres indígenas (os nomes não foram divulgados).
Segundo denuncia feita pelo grupo de mulheres indígenas Kuñangue Aty Guasu, as vítimas teriam sido vistas sendo arrastadas em um milharal e os gritos foram ouvidos em um galpão, onde ficariam seguranças privados da fazenda. A comunidade informou à imprensa e também, nas redes sociais, que por conta dos gritos ouvidos no local, há o temor de que as duas desaparecidas possam ter sido estupradas e torturadas.
“A comunidade teme novos ataques. Agressões têm acontecido repetidas vezes contra os indígenas na região nos últimos dias. Diante de todas as situações, se faz necessária a apuração urgente todos esses crimes e acabar com a violência contra o povo indígena de Mato Grosso do Sul”, diz Kemp.
Segundo o relato de lideranças da comunidade em Coronel Sapucaia, no sábado, Alex teria deixado a reserva Taquaperi, onde morava, junto com dois outros jovens Guarani Kaiowá para buscar lenha numa área do entorno da terra indígena. Lá, teria sido executado com cinco tiros, e seu corpo levado para o lado paraguaio da fronteira, que fica a menos de dez quilômetros dos limites da reserva indígena.
Em fotos do corpo do jovem enviadas pelas lideranças ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Mato Grosso do Sul, foi possível identificar ao menos cinco orifícios compatíveis com projéteis de armas de fogo.
Kemp também denunciou, durante a sessão, o que aconteceu contra três jovens indígenas, em Coronel Sapucaia. Eles também não tiveram os nomes divulgados. Foram vítimas de atropelamentos.
O parlamentar encaminhou indicação pedindo providências e empenho nas investigações ao secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Videira, e ao superintendente da Polícia Federal em MS, Chang Fan.
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