Indígena é morto e Kemp cobra governo federal: “Não vou em área indígena pra tirar foto. Precisamos de solução!”

Indígena é morto e Kemp cobra governo federal: “Não vou em área indígena pra tirar foto. Precisamos de solução!”

– Desde a morte de Marçal de Souza, executado em 1983, 25 vidas indígenas foram ceifadas em MS

O jovem indígena Guarani Kaiowá de 23 anos, Nery da Silva, foi morto com tiro na cabeça, nesta quarta-feira (18 de setembro) por volta das 7 horas, em um segundo confronto com a Polícia Militar em menos de uma semana no Território Nhanderu Marangatu, em Antônio João (MS), na fronteira com o Paraguai. O crime aconteceu por volta das 7 horas e cerca de três horas após, durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Pedro Kemp denunciou o caso e defendeu uma ação urgente do governo federal: “Eu não vou em área indígena em conflito pra tirar foto, constatar o que já estamos carecas de saber. Precisamos de solução! Que essa seja a última vida a ser ceifada e que esse corpo seja símbolo de uma luta de um povo que reclama pela demarcação de seus territórios tradicionais. Vou preparar um documento ao governo federal para que apresente uma solução.” O deputado acrescentou: “A Nhanderu Marangatu já foi homologada e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes pediu vistas e não decide!”.

A Grande Assembleia Guarani-Kaiowá (Aty Guasu), organização sem fins lucrativos liderada por indígenas da etnia Kaiowá e Guarani, disse em publicação nas redes sociais que equipes da tropa de choque “atacaram” uma “área de retomada” – local de disputa entre fazendeiros e indígenas – na Fazenda Barra, o que causou a morte do indígena Nery Ramos da Silva.

Em um vídeo encaminhado para a imprensa, é possível ver indígenas correndo pelo local, em meio à fumaça causada por bombas para dispersão. As imagens foram gravadas nesta quarta.
De acordo com os policiais, os indígenas teriam atacado os agentes, que reagiram.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública, em nota disse que os 100 policiais militares que estão no local cumprem uma decisão judicial para manter a ordem e segurança na propriedade rural, assim como permitir o ir e vir das pessoas entre a rodovia e a sede da fazenda.
Na última quinta-feira (12), pelo menos dois indígenas da comunidade Nhanderu Marangatu foram feridos durante um confronto com policiais militares. Segundo informações da imprensa, o conflito ocorreu quando policiais militares impediram um grupo de 20 indígenas de entrar e ocupar a sede da propriedade privada, que fica na fronteira com o Paraguai.
A Funai (Fundação Nacional do Índio), ainda conforme a imprensa, relatou que acompanha o caso e que solicitou providências urgentes sobre a atuação da polícia na área.

“Estamos preparando um documento para o Ministério da Justiça, Ministério dos Povos Indígenas e Ministério dos Direitos Humanos em nome da Assembleia Legislativa cobrando uma solução definitiva. Não dá mais pra viver um bang bang no Estado”, disse Kemp destacando que uma das propostas para por fim ao problema seria o governo federal adquirir as áreas tradicionais já que produtores rurais teriam disponibilizado para a venda as propriedades. Porém, o parlamentar enfatizou que os indígenas têm pagado com a própria vida e nada tem sido feito”.

Abaixo listamos 25 indígenas mortos, desde Marçal de Souza (grande Lider), que os Guarani e Kaiowá reconhecem como lideranças que morreram na Luta pela Terra, conforme relatório do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), executados ou desaparecidos misteriosamente:

1 Marçal de Souza 1983
2 Samuel Martins 2000
3 Adriano pires 2000
4 Marcos veron 2003
5 Dorvalino Rocha 2005
6 Dorival Benites 2005
7 Amilton Lopes 2006
8 churite Lopes 2007
9 Ortiz Lopes 2007
10 Oswaldo Lopes 2009
11 Rolindo Vera 2009
12 Genivaldo vera 2009
13 Osvaldo pereira 2009
14 Teodoro Ricardi 2010
15 Nizio Gomes 2011
16 José Barbosa 2012
17 Denilson Barbosa 2013
18 Oziel Gabriel 2013
19 Marinalva Manoel 2014
20 Simeão vilhalva 2015
21 Clodiodi aquileu 2016
22 Alex Lopes 2022
23 Vitor Fernandes, 2022
24 Márcio Moreira, 2022
25 Neri Ramos da Silva, 2024

Fontes: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2024/09/18/indigena-e-morto-a-tiros-durante-confronto-com-a-policia-em-antonio-joao-ms.ghtml e https://cimi.org.br/2024/09/nota-nhanderu-marangatu/

Saúde: Aprovado PL que autoriza tratamento à base de canabidiol em MS; Kemp defende acesso à população

Saúde: Aprovado PL que autoriza tratamento à base de canabidiol em MS; Kemp defende acesso à população

Aprovado nesta terça-feira (17), em segunda votação, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o Projeto de Lei que autoriza tratamento à base de canabidiol no Estado.  “O projeto tem o objetivo de garantir o acesso das pessoas ao medicamento conhecido como canabidiol, extraído da Cannabis. Debatemos entre os deputados, para que não houvesse nenhuma dúvida sobre a utilização dessa substância, que ajuda em diversas enfermidades, entre elas epilepsia, dores em geral, Transtorno do Espectro Autista (TEA). Agradeço o empenho de todos os deputados, a emenda da deputada Mara Caseiro [PSDB], presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), e às votações nas comissões de mérito. E que o Governo do Estado, pela nova redação do projeto,possa regulamentar o protocolo de como o medicamento será distribuído na rede de saúde”.
Agora, o Projeto de Lei vai à redação final e será submetido ao Governo do Estado, que poderá sancioná-lo e a partir daí, Mato Grosso do Sul terá uma lei que vai assegurar o acesso a medicamentos e produtos à base de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC) para tratamento de doenças, síndromes e transtornos de saúde. A proposta do parlamentar traz dados sobre estudos que comprovam o auxílio em diversos tratamentos de saúde com o uso de substâncias extraídas da Cannabis Sativa. Ao menos 15 estados já aprovaram leis para distribuição gratuita de cannabis medicinal. Estão nesse grupo Acre, Alagoas, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins. Apesar das aprovações, nem todos já estão com a nova lei em vigor. Alguns estados decidiram pela validade imediata e outros colocaram vigência a partir dos próximos meses.


Trâmite

A pedido de pacientes, o deputado estadual Pedro Kemp (PT-MS) apresentou na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) o Projeto de Lei 06/2023 , que garante o acesso a remédios com substâncias extraídas da planta Cannabis Sativa (CBD – canabidiol). De acordo com a proposta, as pessoas poderão ter o acesso aos medicamentos e produtos à base de canabidiol e tetrahidrocanabinol (THC) para tratamentos de doenças específicas, síndromes e transtornos de saúde.

No caso, o paciente que tenha prescrição médica válida contendo Código Internacional da Doença (CID) da doença, síndrome ou transtorno e declaração médica sobre a existência de estudos científicos comprovando a eficácia do medicamento para a doença, síndrome ou transtorno e também, os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais enfrentados pelo paciente.

“Estudos já comprovam que o uso de substâncias extraídas da Cannabis Sativa podem auxiliar em diversos tratamentos de saúde. Por exemplo, algumas síndromes epilépticas severas, com muitos pacientes crianças, que não respondem muito bem ao tratamento convencional, síndrome de Dravet, esclerose múltipla, fibromialgia. Além disso, a substância também aponta o uso eficaz no controle de dor crônica em pacientes com câncer, assim como redução de náuseas e vômitos em pessoas que estão passando por quimioterapia”, disse o parlamentar.

O projeto de lei deve ser apresentado na sessão de quinta-feira (8). Depois, segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Caso seja considerado constitucional, continua tramitando no Parlamento com votações pelas comissões temáticas e no plenário.

A pedagoga Adriana Belei relatou o procedimento para assegurar o direito ao tratamento para a sua filha. Eis aqui a entrevista:

1) Quando ela nasceu?
03/02/2009

2) Quais os primeiros sintomas do autismo que você percebeu?
Dificuldade na comunicação, comportamento auto agressivo, pouca interação social

3) Quando foi feito o diagnóstico? Qual grau de autismo
Após insistência minha com o pediatra q a atendia, e busca de neuropediatra por conta própria, realização de uma grande quantidade de exames laboratoriais e de imagem, consulta com psicólogo e fono, tivemos o diagnóstico quando ela estava com 2 anos e 6 meses (em Agosto/2011).

Ela está entre os níveis 2 e 3.

4) Como era o tratamento antes do canadibiol? Surtia efeitos?
Ela fazia uso de carbamazepina. Estava na dosagem máxima e ainda assim, tinha um comportamento difícil, baixa comunicação, pouca verbalização e socialização.
A medicação já estava alterando os exames de sangue. A médica estava avaliando entrar com outro fármaco. Tinha iniciado o uso de um calmante também.

5) Como foi a descoberta e como ela esta hoje?
Participo de vários grupos de pais de pessoas com autismo e outras deficiências. Uma mãe comentou sobre um estudo que estava sendo realizado por um médico/pesquisador, da UFMG, Dr Paulo Fleury.

Nos organizamos, bancamos a viagem e a estadia dele aqui em Campo Grande. Ele fez uma palestra e consultou cerca de 30 pessoas com autismo. Nos auxiliou com a documentação para pedido na Anvisa, e prescreveu, conforme peculiaridade de cada paciente.

O uso do canabidiol foi um divisor de águas na qualidade de vida da minha filha, e de quem está no entorno dela também. Hoje usamos apenas o óleo de canabidiol. Melhorou a concentração, diminuiu significativamente os comportamentos autolesivos, está mais comunicativa e expressiva.

Ainda tem crises nervosas, mas está no momento da adolescência, o que é esperado em qualquer pessoa, com ou sem deficiência.

6) Aonde vocês buscam o óleo e como ela toma (quantas vezes ao dia)?
Como o óleo importado tem um alto custo, fomos nos ajudando, estudando, pesquisando e, com orientações do Dr Paulo, descobrimos associações que produzem o canabidiol. Aqui em Campo Grande tem uma.

Minha filha usa 8 gotas de manhã.

7) O uso desse medicamento é importante? Te ajudou?
O canabidiol transformou nossas vidas, ajudou muito no desenvolvimento cognitivo, social e comportamental da minha filha.

Ele pode não ser solução para tudo e para todos, mas a minha experiência com o uso do canabidiol é extremamente positiva. Mas, é fundamental ter acompanhamento médico

https://www.capitalnews.com.br/reportagem-especial/maconha-medicinal-o-uso-dessa-terapia-alternativa-em-criancas/377747
Brasil em chamas, coberto de fumaça e Congresso preocupado em anistiar presos de 8 de janeiro, critica Kemp

Brasil em chamas, coberto de fumaça e Congresso preocupado em anistiar presos de 8 de janeiro, critica Kemp

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) criticou na sessão de ordinária de hoje (11), o fato do Congresso Nacional se movimentar para tirar da prisão as pessoas envolvidas no quebra-quebra de 8 de janeiro. Segundo o parlamentar, mesmo com o Brasil em chamas, coberto de fumaça, os deputados federais estão preocupados em aprovar o Projeto de Lei da Anistia. “A postura do Congresso Nacional causa indignação. Ao invés de debater os eventos ambientais extremos, alguns deputados federais estão preocupados em conceder perdão para os presos do 8 de janeiro, que quebraram tudo, pediram um golpe militar e o fim do Estado Democrático de Direito!”. “Parece que o Brasil não tem problemas mais sérios e desafios a serem enfrentados. Esses deputados bolsonaristas prestam desserviço à Nação Brasileira, na medida que só pensam numa coisa: garantir a volta do retrocesso”. O deputado tem denunciado os crimes ambientais e usado a tribuna para pedir ações que possam conter a situação do País, que está em chamas, coberto de fumaça e como consequências, pessoas doentes nas unidades de Saúde e o planeta no caminho da destruição caso nada seja feito.

Kemp solicita recuperação da MS-145, que liga Ipezal à BR-267, e infraestrutura às áreas das aldeias Jaguapiru e Bororó

Kemp solicita recuperação da MS-145, que liga Ipezal à BR-267, e infraestrutura às áreas das aldeias Jaguapiru e Bororó

O deputado estadual Pedro Kemp (PT), apresentou indicações à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, na sessão desta terça-feira (10), a respeito da falta de estrutura nas cidades de Glória de Dourados e Dourados. O parlamentar solicitou a recuperação da rodovia MS-145, que liga o distrito Ipezal (Glória de Dourados) à rodovia BR-267. Kemp também denunciou o problema enfrentado dentro da maior área indígena urbana do Estado, que reúne as aldeias Jaguapiru e Bororó, na cidade de Dourados.
“As lideranças das aldeias Jaguapiru e Bororó encaminharam documento reivindicando a pavimentação asfáltica e a iluminação pública das vias que interligam as oito escolas indígenas, as quatro unidade de saúde e o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) das aldeias Jaguapiru e Bororó, de Dourados. Estas vias são muito utilizadas pela comunidade que enfrenta a escuridão e na estação das chuvas, as ruas ficam intransitáveis, sendo um problema para o acesso, especialmente nos casos urgentes de atendimento à saúde”, detalha o deputado.
Já no distrito de Ipezal, todo o percurso da rodovia MS-145 apresenta desgaste do asfalto, com inúmeros buracos e desníveis. “É necessária a realização de obras para a recuperação da via. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso do Sul foi acionada por Kemp para que medidas para viabilizar a recuperação asfáltica sejam tomadas. A respeito da situação das comunidades indígenas de Dourados, o parlamentar direcionou o documento a qual solicita uma solução para o problema ao governador do Estado, Eduardo Corrêa Riedel.

Kemp exibe imagens da destruição causada pelos incêndios e faz alerta sobre as doenças

Kemp exibe imagens da destruição causada pelos incêndios e faz alerta sobre as doenças

“Não existe questão mais urgente para humanidade do que a crise ambiental decorrente das mudanças climáticas. São urgentes políticas públicas mitigatórias e preventivas para salvar o Pantanal, o Cerrado, a Mata Atlântica e a Amazônia. Aprovamos uma lei há 10 anos, que precisa sair do papel e ser cumprida. Temos instrumentos legais para fazermos frente aos eventos que acontecem de forma preocupantes, como os incêndios e período de seca prolongada”. O deputado estadual Pedro Kemp (PT) foi à tribuna hoje (03) e fez um alerta além de cobrar as autoridades medidas urgentes a respeito das queimadas que colocam em risco à saúde de toda população, cobrando o cumprimento da Política Estadual de Mudanças Climáticas. Kemp exibiu imagens veiculadas pela imprensa da destruição causada pelos incêndios em todo o País e fez um alerta sobre as doenças respiratórias.

O que previam os cientistas tem se tornado uma realidade que coloca em risco a vida do planeta, pontuou o parlamentar, autor do Projeto de Lei que impedia o avanço da monocultura no Pantanal. Eis o trecho do pronunciamento feito à época em março de 2023: “Queria fazer uma singela homenagem ao deputado estadual Amarildo Cruz (in memorian), porque ele estaria aqui nessa tribuna apresentando esse projeto. Com muito carinho vinha discutindo, pesquisando, estudando o avanço da monocultura, principalmente da soja, com muita preocupação, não só em função do manejo da terra, do cultivo em si, mas também porque é uma cultura que tem demandado muito uso de agrotóxicos. O Pantanal, por ser alagável, pode ser contaminado com esses agrotóxicos, vindo a prejudicar todo o bioma, animais e flora, nesso patrimônio nacional”.

Um ano e seis meses depois, quando o Governo do Estado já sancionou lei do Executivo Estadual de proteção ao Pantanal, os incêndios, com suspeita de serem criminosos traz á tona o problema.

Segundo Kemp, durante o pronunciamento de hoje, a água está acabando em muitas regiões do Mato Grosso do Sul. O desmatamento que ocorre em grande escala muito contribuiu para isso. A morte de nascentes está se expandindo rapidamente, muitas vezes, em função, do avanço de áreas de plantio. “A fumaça tomou conta do nosso país, trazendo reflexos para saúde humana. Muitas pessoas estão com problemas respiratórios e de visão. É preciso colocar em prática a lei, com gabinete de crise e mobilização de vários setores”, destacou Kemp, que apresentou números e imagens sobre os focos de incêndios, investigações, qualidade do ar e monitoramento de secas.

O Brasil soma mais de 131 mil focos de incêndio florestais, o mais alto desde 2010, quando chegou a 139 mil, segundo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).